" Eu não me importo se você é branco , negro , hétero , bissexual , gay, lésbica , baixo , alto , gordo , magro , rico ou pobre . Se você for gentil comigo , eu serei gentil com você simples assim " ( Eminem )

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Como Sair do Armário? - Uma conversa na real

           Hoje eu vim compartilhar com vocês, algo maravilhoso, que muito teria me ajudado no período em que decidi "Sair do Armário". Eu convivi com este nó na garganta por mais de vinte cinco anos, e sem dúvidas, se tivesse visto um video desses na época, teria sido bem diferente. Se eu não me engano, esse moço maravilhoso é psicólogo e gay, e só por isso vale a pena perder alguns minutinhos para ouvi-lo.
https://www.youtube.com/watch?v=ui0XqRU6RSQ
           Maravilhoso a colocação dele a respeito do "Armário  de Vidro", tenho certeza de que você conhece alguém que se encontra em tal situação. Muitas coisas interessantes pra se prestar atenção neste video, principalmente na forma adequada de dizer a alguém que você é gay. Recomendadíssimo. Espero de coração que seja útil. Já saí do meu closed, mas são dicas lindas e guardei todas para ajudar alguém no dia em que eu puder. Beijos seus lindos.

62 comentários:

  1. Curti d+ esse post Gu, esse video é super, sigo seu blog há mó tempo mas nunca comentei, hoje sinto que devo comentar

    Minha família é do tipo "o filho dos outros pode ser" e minha saída do armário foi uma grande M....

    Apesar da minha família ser muito religiosa, tínhamos dentro de casa aquela máxima de muito amor q a religião prega, eu acreditava de verdade naquilo, q eles me amavam, q eles me entenderiam e contei

    Tinha 16 anos qdo saí do armário e deu tudo errado c/ minha família q pensava q me amavam mas era só balela, era só máscaras sociais deles, se mostraram de verdade homofóbicos, violentos, intolerantes

    Apanhei muito aquela noite e fui expulso d casa sob a definição da minha família q eu era uma “aberração q merece morrer e queimar no inferno”

    Foram tempos bem ruins mas sobrevivi e não virei estatística pois segui a regra de ouro q todo jovem LGBT deve seguir: “antes de sair do armário, 1º arrume um emprego q possa lhe sustentar caso o pior aconteça"

    Hoje tenho 25 anos, estou bem, sou um gay q cresceu e não tem + medo de ser quem é, o tempo me ajudou a ser um sobrevivente e não + me ver como alguém q estava errado na vida depois q tudo aquilo aconteceu

    Tudo de ruim q aconteceu no passado não me impediu de procurar ser positivo e de encontrar o amor, meu namorado e eu até já estamos morando juntos, sobrevivi ao pior período da minha vida e segui em frente procurando ser feliz

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    1. Muita força meu querido.

      Somos todos sobreviventes afinal. É lamentável ver uma família amorosa nos preceitos religiosos, chutar um filho para fora de casa. Me dói muito esse tipo de depoimento, e ao mesmo tempo sou grato ao universo por ter dito uma Mãe foda que me acolheu.

      Fico feliz em ver que estás bem e muito bem amado. Sei que agora tem autoconfiança e o amor que necessita. Fique bem viu querido♥

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    2. Nossa cara, fico mexido por seu relato, se fosse comigo não sei o que faria, não sei como ia me virar só.
      Fiz 18, ninguém sabe que sou gay, gostaria de me abrir mas tenho medo da reação.
      Coisas em casa andavam ruins e essa crise de emprego e de grana só piorou o clima.
      Tô tentando me virar sozinho e continuar meus estudos, queria te pedir uma coisa.
      Tá claro que sua história foi pesada mas pelas suas palavras tá claro que hoje vc tá legal, vc poderia contar um pouco mais sobre como foi esse tempo que vc se virou sozinho, dar dicas e conselhos pra outros que amanhã podem tá na mesma situação?

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    3. Sou muito sortudo pela vida que tenho pois minha família precisou de tempo pra processar mas foi ok e me aceitaram sem complicações

      Como tá sua relação com sua família? Tentou contato ou foi mesmo um rompimento sem volta? Tu perdoa?

      Que tu siga em frente trazendo muita energia e carinho em seu caminho
      Um beijo no seu coração

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    4. Obrigado pela força e pelo carinho

      Bem, o conselho que deixo não é meu mas sim uma antiga regra de ouro que existe no meio LGBT q até já citei, "antes de se assumir conquiste 1º um emprego q possa te bancar caso dê tudo errado"

      Hoje só tô aqui por ter seguido essa regra, se não fosse assim, eu teria virado estatística, eu seria + um dentre tantos LGBTs q representam um grande percentual dentro da população sem teto

      Apesar do cenário negativo q foi minha vida naquele momento, consegui ficar bem e ser amado por um cara legal

      Passar por um trauma assim aos 16 anos, é barra d+, não se sai ileso, algo dentro se quebra, mas sobrevier é preciso e se reconstruir é necessário, o instinto de sobrevivência te faz se mexer e enfrentar a complicada situação

      O emprego q arrumei meses antes de me assumir foi em um mercado da região, eu era + dos garotos faz tudo q até hoje vemos em qualquer comércio, era legal lá, salário direitinho, o gerente ajustou meu turno e minha jornada permitia q eu continuasse estudando de manhã

      Apesar de ter um plano, no dia q minha família me jogou fora de casa feito lixo, foi impossível não ficar em choque após ser espancado ouvindo atrocidades

      Naquela noite fiquei um tempão perambulando s/ rumo, pela adrenalina e pelo choque não chorei na hora, mas depois q passou o efeito, desabei em choro pela calçada

      Passado o choro, era hora da razão e do instinto de sobrevivência trabalharem, acionar aquele plano era necessário, no dia tinha deixado pronta minha mochila c/ meu dinheiro, celular, algumas roupas, consegui me agarrar nessa mochila no meio da confusão e trazer comigo

      Uma amiga e um amigo sabiam de mim, q aquele seria o dia do meu coming out, q se desse tudo errado eu precisaria de abrigo, mandei mensagem avisando do desastre q foi, ambos retornaram q por umas 2 noites não haveria problema, fui pra casa da minha amiga q era + perto, tinha amigos de verdade, ao menos por 4 noites eu teria um teto enquanto me refazia

      Na região da escola tinha um tipo de pensão e foi o 1º lugar q pensei, tinha vaga mas o problema era eu ser menor

      O pai do meu amigo topou ajudar nessa burocracia, ele criou uma história de q meus pais tinham conseguido emprego em outro estado mas ainda estavam se estabelecendo e p/ não atrapalhar os meus estudos eu teria ficado p/ terminar o ano letivo e os dados dele q ficaram p/ contato e responsável

      O plano dele foi dando certo, eu até pagava adiantado p/ mostrar ser um bom pagador, o tempo foi passando, fui ficando por lá e ninguém + me cobrava sobre esses pais q nunca voltam p/ me buscar

      Foram tempos bem difíceis, minha rotina era escola, trabalho, pensão, quase não sobrava grana p/ nada, quase tudo era p/ pensão e alimentação, sobrava pouco e ainda precisava comprar algumas roupas e o próprio material escolar

      Segui nesse aperto bravo mas segui estudando e trabalhando, terminei o ensino médio, consegui um trampo q pagava +, passou um tempo, outro emprego melhor, pude bancar uma faculdade q me propiciou novos empregos q depois abriram outras portas e conseguir uma razoável estabilidade

      O rompimento c/ minha família segue forte até hoje, quando fez 5 anos q fui expulso, fui até eles, grande erro pois nada mudou só piorou, no próximo ano farão 10 anos, pensei em tentar novamente mas não sei se farei, meu namorado acha que é bom tentar mas não sei ainda

      Já virou um textão, quem sabe um outro dia eu entre nos detalhes de como é minha família e como foi essa tentativa quando fez 5 anos da minha expulsão de casa

      Perdoar é um termo muito amplo, vai do conceito de cada um, dizem que perdoar é divino eu não sou um ser divino, não é fácil esquecer o que eles fizeram

      Mas não desejo nada de ruim, não desejo q se ferrem, não torço contra eles, gostaria q fosse possível pelo menos termos uma relação social civilizada, eles não precisam me aceitar, basta me respeitar, talvez lá no fundo s/ perceber eu até já os tenha perdoado

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    5. Acredito que já os perdoou sim querido.
      Família você teve, seus dois amigos. Anjos deixados por divindades para lhe socorrer. Parabéns pela garra, você é um exemplo para a comunidade LGBT, ainda tão dispersa em tempos de redes sociais, que nada aproximam, não para o que realmente vale.

      Obrigado pelo "textão", sempre haverá espaço para palavras como as suas aqui.♥

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    6. Caraca mano.... Vc tem o meu respeito, passar pelo q vc passou na juventude, nem consigo imaginar o qto foi difícil, admiro sua vontade e sua luta p/ se virar sozinho, trabalhando e mantendo o foco nos estudos.
      Fico realmente feliz por vc ao ver q apesar de toda essa barra ruim q passou, vc é um cara cabeça boa e amado por seu namorado.
      Volte sim um dia p/ contar como foi esse encontro c/ sua família após 5 anos ou mesmo se vc tentar qdo fizer 10 anos, tive alguns problemas c/ minha família, será bom ter outros exemplos de histórias.

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    7. Também penso que já os deu o seu perdão, seu depoimento, suas palavras, passam leveza e paz, de alguém que embora tenha sofrido bastante, não se tornou negativo, ao contrário, conseguiu seguir em frente, ficar bem e amar

      Mesmo passado 5 anos ainda não deu, uma pena, fico tocado demais por essas histórias de rompimento familiar, eu também nunca consegui reatar

      Minhas tentativas foram sempre piorando com o tempo, já chorei tanto, não consigo deixar de amar minha família mesmo eles me rejeitando, o desprezo deles ainda me machuca muito

      Espero de verdade que dessa vez dê tudo certo se você for tentar novamente e nos conte como foi ou se quiser conte como foi a tentativa de 5 anos

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    8. Meu respeito e consideração por sua história de superação

      Ser abandonado dessa forma violenta aos 16 anos é pra acabar com qualquer um

      Que bom, você não estava sozinho, 2 amigos reais se fizeram presentes, que bom você ter seguido a regra do emprego antes de assumir

      Desejo em seu caminho muita felicidade e carinho que de alguma forma amenizem o sofrimento do passado

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  2. felizmente, também já saí do armário e caso queira saber, seu blog me foi muito importante na época. saber que tinham outras pessoas como eu, me fez sentir menos diferente.

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    1. Ain Pedro♥Fico muito feliz seu lindo.
      Se este blog for/foi útil para uma pessoa, já valeu muito a pena.

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  3. Ótima indicação de video, amei tua postagem Gu, arrasou amiga!!
    Se tivesse essas orientações uns 20 anos atrás, que mara, teria sido de uma mega ajuda pra mim quando deixei o armário.
    Em casa foi complicado e foi um tempo bem tenso mas já foi, ficou no passado e superei.
    Prayers For Bobby, ótimo filme, não me canso de ver e de chorar, o suicídio como saída também passou muito na minha cabeça na juventude mas passou e superei essa fase ruim.
    Beijão Gu!!

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    1. Nem me lembre deste filme. Chorei horrores. Deveria passar todos os Domingos a tarde. As famílias deveriam vê-lo juntos.

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  4. Oi Gu, belezinha??
    Adorei o video que indicou, teria sido tão bom ter dicas assim no meu passado!!
    Fico feliz pelos novinhos, houve avanços na tolerância, há muito mais informação disponível, são tempos melhores.
    Falta muito para ficar bom mas houve avanços sim sobre ser LGBT hoje.

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    1. Eu nem consigo imaginar, o que vocês, da "velha guarda" passaram. Eu mesmo, há dez anos atrás, estava em pânico com toda essa descoberta dentro de mim. Se cuida meu lindo♥

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    2. A "velha guarda" passou por grandes apuros, era outro mundo, outra forma de encarar, não foi fácil, nunca é fácil, mesmo hoje ainda há muitas dificuldades.
      Não quero entregar minha idade ou vão acabar por me chamar de bicha velha ou de tia... hahahaha...
      Mas quando detonei o meu armário em casa, além de apanhar, acabei indo parar no psiquiatra.
      Quando sai era o tempo do "homossexualismo", era considerado doença ser homossexual, olha que absurdo, por isso além dos cascudos me jogaram no psiquiatra pra tratar do meu "homossexualismo".
      Fico feliz hoje pelos avanços, pelas informações abertas, por haver mais liberdade e tolerância.
      Sorrio involuntariamente quando vejo os novinhos de mãos dadas, fazendo um carinho no outro, trocando carícias pois mostra que houve avanços e que devemos seguir na luta constante.

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    3. Uma luta que não acaba nunca meu anjo. Infelizmente ainda há muitas conquistas a se alcançar. Pessoas como você merecem respeito pelo pioneirismo e pela garra e coragem de serem quem são.

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    4. Nasci no interior mas fui criado na capital e por conviver nas áreas centrais felizmente nunca fui agredido por ser gay.

      Posso demonstrar carinho ao meu namorado em locais públicos, mãos dadas, abraçar, selinhos, carícia no rosto, cafuné na cabeça, tudo decorrente de uma longa luta que já vem de tempos por aqueles que deram a cara pra bater lutando por mudanças e respeito.

      Tenho respeito pela "velha guarda", lá no passado houve aqueles que tomaram as primeiras pedradas, houve melhorias com o passar do tempo e a luta continua.

      Não chamaria ninguém da "velha guarda" de bicha velha, maricona, tenho respeito pelo que enfrentaram em tempos mais negros, talvez no máximo chamaria de "tia" mas num contexto bem carinhoso e humorado.

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  5. Caraca, armário de vidro, boa definição!

    Bom video, bom post ao indicar o video Gu!!

    Um video assim há uns 15 anos no passado teria me ajudado muito e quem sabe talvez até menos traumas e brigas.

    Meu coming out não foi dos piores mas também não foi dos melhores.

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    1. Me sinto agraciado por ter tido uma Mãe compreensiva. Mas sabemos que a realidade é dura com a maioria, infelizmente.

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  6. Olah Gu!! :)
    Sou aquele leitor de 16 anos que desabafou em outro post.

    Ótima indicação de vídeo, muito legal, são dicas incríveis. Continuo no armário, ñ pretendo sair, pode ser sufocante mas também eh seguro aqui dentro, deve demorar muito ainda p/ eu sair, minha família eh moh tensa.

    Mas quando chegar o dia, quando for independente, quando poderei ser eu de verdade, estarei mais tranquilo pelas dicas aprendidas no vídeo.

    Deve ser maravilhoso poder ser quem se eh de verdade, ser livre, ñ precisar viver em pânico se escondendo, mentindo pra família, enganando eu mesmo, deve ser bom atingir esse grau de liberdade e de segurança consigo mesmo. Espero que chegue o meu dia de conseguir isso também. :)

    Obrigado por sua ajuda vc jah me ajudou muito c/ seu blog a entender melhor minha vida, minhas dúvidas, minhas aflições, meus medos e principalmente a ñ me sentir tão sozinho nesse mundo homofóbico, obrigado de coração.

    Um carinhoso abraço p/ vc Gu!! :)

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    1. Obrigado por retornar meu lindo♥

      Não tenha presa, o seu tempo é só seu. Respeite isso, é a melhor opção. É maravilhoso sim ser livre, poder olhar pros boys sem medo de ser crucificado. Estou saindo do armário no meu trampo também. Está sendo maravilhoso... Libertador.

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  7. Gostei do video, mais uma boa recomendação, gosto das suas indicações Gu.
    Fiquei c/ saudades daqui, última vez que estive foi quando comentei no post "Namorando?", tenho que me cobrar mais p/ não ficar tanto tempo s/ passar por aqui, essa correria de hoje é tensa.

    Estou fora do armário tem mais de 30 anos, minha família nunca aceitou, era outro tempo, foi bem ruim mas estou aqui inteiro e gostaria de falar.

    Tudo começou na escola, um garoto de outra turma me procurava p/ conversar, fui gostando dele e ele também de mim, muitos meses se passaram, esse flerte inocente foi ficando mais forte, então finalmente a ficha caiu que éramos dois garotos gays que estavam curtindo muito o pouco tempo que conseguiam passar juntos.

    Na minha juventude havia menos abertura, tolerância, respeito, pode até ter sido vacilo meu, um dia durante nosso beijo em um canto bem isolado do terreno da escola, alguém nos viu mas só eu fui reconhecido, no dia seguinte o estrago da fofoca e da maldade humana estava feito, a bichinha aos poucos foi sendo descoberta.

    P/ sorte do meu primeiro crush, ele não foi reconhecido por quem nos viu, felizmente nada aconteceu c/ ele, o uniforme da escola era diferente pelo gênero, por causa disso tinham certeza que fui flagrado beijando um menino e não uma menina.

    Em casa logo tudo desmoronou, além das broncas clássicas "seja homem", "isso tá errado", "não pari uma bicha", "o que os vizinho/parentes vão pensar?", "que vergonha", uma boa surra era parte do pacote, não é fácil esquecer da surra e dos insultos que levei, o que mais machucou foi apanhar da minha mãe, surra do pai dói no corpo mas surra da mãe dói na alma.

    Sou caçula e meus irmãos não me espancaram mas também não me ajudaram, não me apoiaram e ficaram frios e agressivos comigo, estava ficando claro que naquela casa, que naquela família não havia mais lugar p/ mim e isso se confirmou pouco tempo depois no dia que fui jogado p/ fora daquela casa, eu tinha 14 anos.

    Fiquei um bom tempo andando s/ rumo até me recuperar do choque e p/ minha salvação meu vô materno morava na cidade vizinha e o amigo dele tinha um comércio na minha cidade já foram sócios, fui até lá, me apresentei, ele lembrava vagamente de mim e me ajudou p/ telefonar p/ meu vô que chegou mais tarde, conversou c/ o amigo dele, o agradecemos pela ajuda e fomos embora.

    Acho que sempre ficarei emocionado ao lembrar, vovô me levou p/ tomar sorvete na tentativa de me acalmar, pediu p/ explicar o que tinha acontecido, eu estava assustado, c/ medo dele também acabar me rejeitando, ele insistiu, olhou nos meus olhos, pediu p/ confiar nele, acreditar nele, contei p/ ele enquanto eu chorava um pouco também.

    Minha família não mudou de posição então o vovô me acolheu, mudei de cidade, troquei de escola, segui c/ meus estudos, comecei um trampo de faz tudo no cartório da cidade mas minha vó não me aceitava, ela somente respeitava a decisão do meu vô.

    Passados 6 anos que vovô me acolheu, infelizmente ele partiu p/ outro plano, passado o luto, minha vó deixou claro que não me aceitava e que eu só podia continuar lá se eu vira-se um homem normal, não brigamos, ela só não aceitava que eu fosse gay mas nos dávamos bem, era uma relação respeitosa.

    Naquela altura eu estava prevenido e tinha guardado grana p/ algo assim e fui morar sozinho, aluguei um quartinho e segui meu trabalho e meu estudo, foram tempos de grande aperto no começo mas eu era livre e pude seguir minha vida, estudando mais, progredindo profissionalmente e estar bem hoje.

    Ah vovô, saudades do senhor, dos nossos ricos papos, muito obrigado por tudo vô!!

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    1. Oi meu lindo♥Como estás?

      30 anos. OMG - Estou a mais ou menos 4 anos fora do armário e já acho que saí tarde demais. Parabéns meu guerreiro, isso é incrível.

      OMG - Na escola. Quem nunca né? Cara, que barra. Seu depoimento dói na alma. 14 anos? Como assim? Acho que deve ser horrível ter seus irmãos te menosprezando, isso não tá certo.

      Os Avós são maravilhosos né?! Mesmo sendo de gerações tão distintas, eles nos surpreende com doçura e aconchego. Amo os meus avós. Eles ainda não sabem de mim, não pela minha boca, mas meus Tios e Tias todos já sabem, então, imagino que indiretamente eles também saibam e me tratam cada dia melhor.♥

      Ainda que sua Avó não te aceitasse, ela te respeitou, isso que importa. Parabéns por ter te tornado o homem que tu és... Estou certo de que seu Avô tem orgulho de ti.♥ Fique bem meu querido. Obrigado por se confessar aqui.

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    2. Fiquei muito tocado, emocionado com sua história, nossa que tremenda barra teve que superar.
      Fico feliz que superou e tá bem pra poder contar.
      Se importa de indicar qual é o seu comentário lá no "Namorando?"
      Tenho minhas suspeitas dentre os comentários mas seria legal você mesmo indicar se puder, seria de certa forma um complemento de como foi esse longo processo.
      Desculpa ser intrometido, é que ando perdido comigo mesmo, fiz 18 há pouco, acho que finalmente tô aceitando que sou gay, não contei pra ninguém, nem sei quando contarei, tenho medo da reação.
      Parabéns pela superação, passar por isso aos 14 anos, caramba, eu ficaria todo perdido sem saber o que fazer.

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    3. Realmente seria muito interessante saber quem é tu lá nos comentários do "Namorando?", conta pra gente.
      Quase chorei lendo seu relato, aos 14 anos passar por tudo isso que tu passou, que pesado, muito pesado.
      Mas também fiquei feliz por tu ter conseguido ajuda do seu vô, uma relação de respeito com sua vó e hoje estar inteiro como tu mesmo disse.
      Ainda não sai do meu armário mas pretendo sair em breve, espero que minha história tenha um final feliz.

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    4. Oi Gu, tô bem, espero que vc também!
      E aí leitores do Gu, tudo bem?

      São mais de 30 anos de coming out, refletindo bem, tecnicamente não saí, fui arrancado pra fora, precisamente, meu armário foi atropelado comigo lá dentro.

      Minha família até hoje estamos separados, não há solução, tentei algumas vezes mas não houve jeito, eles são intocáveis em me rejeitar.

      Não desejo nada de ruim, não os condenarei, levei tempo mas consigo ver o contexto na cabeça deles, anos 80, ditadura militar, a cabeça da minha família seguia o conceito social e disciplinar daquela época, fortes doutrinas religiosas ditando regras, opiniões cerceadas, liberdade restrita, mente fechada, hábitos e rotinas que seguiam um padrão de ordem, ter dentro de casa um garoto gay que beijou outro garoto na escola estava fora do comumente aceito.

      Passar por aquilo aos 14 anos não foi fácil, ser rejeitado pela família, ser jogado pra fora de casa, principalmente a surra que levei, minha mãe me surrou com tanta voracidade, machucou na alma.

      Mas é preciso tentar seguir em frente, tentar superar e apesar de tudo me considero muito iluminado, tive um vô que me acolheu e uma avó que me respeitou mesmo não aceitando minha sexualidade.

      O garoto que flertava comigo acabamos perdendo contato, foi inevitável até pela segurança de ambos mas nos vimos uma última vez no ano seguinte, todo ano havia festa junina naquela escola, queria ir então meus avós me levaram.

      Ele continuou estudando lá, então lá estava ele, o meu talvez quase primeiro namoradinho, pra não dar bandeira, ficamos distantes, só trocamos olhares, ele também precisava se proteger, ninguém sabia dele.

      Quando tava na hora de ir embora, fui ao banheiro antes pois íamos pegar estrada, pra minha surpresa ele veio escondido atrás de mim, não tinha mais ninguém e pudemos conversar rapidamente no banheiro.

      Ele perguntou como eu tava, que eu tinha sumido da escola, se eu tava bem, falei que depois de todo o rolo fui morar com meus avós, também mudei de escola, que apesar de tudo eu tava bem. Ele agradeceu por eu não ter entregue que ele era o garoto que beijei, disse que gostou do tempo que passamos juntos, eu também gostei muito, ficamos um tempinho abraçados, depois nos despedimos e nos desejamos boa sorte.

      Consegui seguir minha vida, algumas sequelas ficam mas vivendo um dia de cada vez se consegue ir em frente e procurar estar de bem com a vida.

      Hoje é um tempo melhor, é um tempo com mais informações, todos podem ser livres, desejo que ninguém tenha que enfrentar problemas por abrir sua sexualidade, sua verdadeira identidade pra família.

      Sobre quem sou eu no "Namorando?", tá fácil gente, entreguei minha idade em ambos os posts, é só comparar, olha eu aqui: http://gustavolinz.blogspot.com.br/2016/05/namorando.html?showComment=1464937431130#c747722640855946335

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    5. Que legal isso de se reencontrarem. Fiquei imaginando a cena do banheiro, abraçados. Que fofos♥Muita felicidade querido, suas confissões são sempre bem vindas aqui. Obrigado pela presença♥

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    6. Nossa cara, apesar da idade dar pistas, são história muito diferentes, são extremos diferentes, não dava pra imaginar que era mesmo você.

      Não dava pra imaginar que você que conta uma profunda e linda história de amor é a mesma pessoa que no passado sofreu tanto por ser gay.

      Fico feliz por você ter se identificado, dá esperanças pra todos, principalmente pra aqueles que ainda vivem com medo, pois mesmo você tendo uma juventude tão sofrida isso não o impediu de encontrar o amor e ser uma pessoa legal, percebe-se isso em suas palavras, o seu passado não te tornou amargo e rancoroso.

      Também fiquei imaginando a cena do abraço, que fofo, ficou só no abraço? Não rolou um beijo de despedida? Você tem saudades dele, já o procurou no face?

      Lendo os relatos dos dois posts, deu pra entender quais sequelas você refere-se, a solidão e a depressão.

      Você não voltou pro armário na nova vida com seus avós, ser um jovem gay assumido nos anos 80 deve mesmo ter feito você ficar isolado das demais pessoas, o preconceito, a homofobia era muito pior do que é hoje, quando seu querido vô se foi você perdeu um grande amigo e companheiro de papo, mais uma vez você enfrentou um período difícil e de tristeza.

      Seu love sabe de toda sua história? Tá claro que vocês convivem bem mas ambos falam sobre seus passados? Fico feliz por você, juntando suas histórias dá pra sentir que você tá mesmo inteiro, tá bem e construiu uma história de amor com seu love.

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    7. Legal saber q vcs ainda se viram, puderam ter uma despedida.
      Ah.... mas só abraço?? Vcs já se viram depois?? Hoje na era do Face é fácil achar a pessoa de novo!!
      Nem passou pela minha cabeça q vc é o mesmo cara lá do outro post, mesmo c/ a idade próxima dando pista é impossível pensar q são a mesma pessoa.
      Eu caí p/ trás qdo vi, Sua juventude foi mto tensa e pesada, contraponto gigante c/ sua bela história de amor c/ seu mozão + jovem.
      Q bom!! Feliz de verdade por vc, seu passado te deixou sequelas mas não o transformou num cara ranzinza, pelo contrário, dá p/ ver nos seus relatos q vc é uma pessoa mto mente boa, cabeça no lugar e q conseguiu encontrar o amor, um lindo amor p/ ser claro.
      Uma curiosidade, seu love têm ciúme do seu 1º crushzinho??

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    8. Fiquei meio bobo pensando no abraço de vocês, so cute, mas também triste, algo tão jovem e inocente interrompido pela intolerância e ignorância, triste terem passado por isso

      Você sente saudades dele? Sei que hoje você ama outro mas sempre fica algum sentimento dos relacionamentos marcantes

      É impressionante, mesmo a dica da idade na cara, não consegui ligar que você é a mesma pessoa que deixou aquele lindo relato no outro post, é um estímulo real conhecer sua história, dá energia pra acreditar que tudo pode ser melhor se buscarmos que seja

      Vocês pensam em casar, convidaria sua família? E como é a relação do seu love com a família dele?

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    9. Caraca.... Vocês são a mesma pessoa?!

      Nossa mano, quem ia imaginar que um cara que conta uma história tão bonita e profunda sobre um lindo amor é a mesma pessoa que passou esses apuros e rejeições aos 14 anos?!

      Admiro sua bagagem de vida, seu vô está orgulhoso, você seguiu em frente sendo você e mantendo uma cabeça boa e um coração bom.

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  8. Decidi que quero sair do armário e pretendo fazer isso no próximo ano.

    Empresa que trampo vai passar por uma reformulação na virada do ano, se eu continuar empregado após tal mudança, terei segurança pra me bancar sozinho, poderei sair do armário, abrir o jogo com minha família, dizer a verdade.

    Só consigo sair do armário depois que tiver essa segurança que continuarei no emprego, pois tenho certeza que terei que me sustentar sozinho depois, tenho certeza que não serei aceito.

    Minha família é evangélica, vota Feliciano, ouço papos de apoiar Bolsonaro pra presidente, vivem fazendo comentários homofóbicos, será inevitável, serei botado pra fora quando eles saberem.

    Quando esse dia chegar, desejo profundamente ter uma agradável surpresa, que eles me aceitem, mas se esse desejo não ocorrer, ficarei bem por poder me sustentar sozinho.

    Esse video me deu uma linha de ação pra seguir e a segurança e tranquilidade pra botar pra fora depois que tiver confirmado que sigo empregado.

    Querido Gu, agradeço por tudo, nesse tempo você me ajudou muito com seu blog, a me entender, a conviver com meus medos e aflições, a não me sentir sozinho, obrigado de verdade.

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    1. Olá meu querido♥Tudo bem?

      Pró-Bolsonaro? Comentários homofóbicos? Feliciano? OMG minha criança, não tenha esperanças. Seja realista e objetivo. Eles podem verdadeiramente não te apoiar. Mas eu estou com você. Não saia do armário se sentindo inseguro, por favor.

      Adorei o se plano. Sim, tenha calma. Espere... Esperou até agora não é?! Pesquise quitinetes, veja videos de como é morar sozinho. Veja como funciona as despesas aí da sua casa e dos móveis e eletrodomésticos principais que precisará.

      Sim, eles podem te surpreender com muito amor e te acolher, mas não espere por isso. Espere pelo pior, assim, o melhor será uma doce e agradável surpresa.

      Estou na torcida por ti. Volte aqui e me fale como foi no futuro. Sua confissão ajudará a todos nós. Obrigado pelo seu texto, sei que muitos passam pelo mesmo.♥

      Se cuida meu lindo.

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    2. Olá Gu, tudo bem?

      Claro, volto aqui pra contar como foi minha saída do armário.

      O setor que trampo recebeu funções de um setor que foi dissolvido, meu cargo tá acumulando novas atribuições depois da reformulação, não haverá novos cortes, continuo empregado, esse é o sinal que tava esperando.

      Fiz meus planos, meus orçamentos, consigo me bancar sozinho, será apertado mas com planejamento e controle vai dar certo.

      Aguardarei até o 2º semestre, assim terei uma reserva legal pra imprevistos, afinal despesas inesperadas podem surgir, tenho que tá preparado pra me virar sozinho.

      Nos próximos 6 meses além de me preparar financeiramente, também vou me preparar psicologicamente pro rompimento, minha família dificilmente vai me aceitar, minha mente e meu coraçãozinho também ficarão preparados pra essa perda.

      Daqui 6 meses espero poder voltar com boas novidades, com uma agradável surpresa que minha família me aceitou mas se não, ok, ficarei bem seguindo o meu próprio caminho sem eles.

      Vou me cuidar e vc também se cuida Gu.

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    3. Me identifiquei aqui. A empresa onde trabalho também está sendo reformulada. Vou ficar alguns meses quietinho, juntando uma grana pra morar sozinho. Vai ser difícil, em especial pelo meu irmão menor.

      Sei que dará tudo certo. Vou poupar cada centavo que puder. Vou precisar de alguns móveis e uma máquina de lavar. Sei que vai ser maravilhoso dar este passo.

      A nossa diferença é que já saí do meu armário. Desejo-lhe toda a sorte do mundo. Me mantenha informado.Venceremos querido. Somos guerreiros♥ Abraços.

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  9. Também tô fora do armário, fiquei lá por mais de 22 anos, felizmente consegui sair.
    Foi um longo período, lutei muito comigo mesmo, entender e aceitar ser gay pode levar tempo.
    Depois veio o medo do futuro, medo da família, dos parentes, dos amigos, se haveria aceitação, se haveria compreensão, como seria a vida depois, foram muitas dúvidas e medos angustiantes.
    Felizmente consegui sair, posso ser o meu eu real, ser minha verdadeira identidade, ser eu somente, nem mais e nem menos.

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    1. Passamos anos lutando contra nós mesmos e quando vencemos, estamos prontos pra encarar qualquer um. Obrigado por se confessar aqui, e parabéns por sua auto-superação.♥

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  10. Me libertei do meu armário ano passado mas as coisas em casa ficaram estranhas e difíceis.
    Não me bateram na hora rolou uns beliscões puxões mas bater pra valer não bateram, foi uma gritaria de novela mexicana.
    Não me chutaram de casa mas perdi toda liberdade, não podia fazer nada, não podia sair, internet quase não podia usar, celular era controlado, tive que seguir um monte de regras e horários, resumo, minha família não me espancou e não me expulsou mas eu tinha virado um prisioneiro deles.
    Foi terrível, não podia fazer nada, não tinha mais vida, suportei o máximo que pude mas não aguentava mais aquilo.
    Tenho um tio que andava afastado do restante da família depois que ficou viúvo num acidente, numa das últimas reuniões da família que ele apareceu, nas rodas de conversa surgiu o casamento homoafetivo e na ocasião ele se mostrou favorável e uma pessoa tolerante e respeitadora sobre lgbt ser cidadão igual aos demais, pensei que talvez ele pudesse me ajudar.
    Consegui em segredo entrar em contato com esse tio, ele foi super, topou me ajudar, esse processo levou várias semanas, rolou discussão entre eles, até ameaça de processo, mas ganhou argumentação do meu tio sobre cárcere privado e abuso de pátrio poder.
    Tô há mais de um ano morando com esse meu querido tio salvador libertador, não vivo mais com medo, pude finalmente sentir a liberdade fora do armário, termino meus estudos esse ano, comecei a trabalhar numa loja em meio período e ficarei nesse emprego enquanto decido que faculdade realmente desejo fazer.
    Hoje tô feliz com minha vida, minha liberdade, seus textos ajudaram a não me sentir solitário e entender melhor minha condição.

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    1. Olá meu querido, tudo belezinha?

      Caramba, que complicado isso tudo. Pelo jeito você ainda depende deles né!? Sinto muito por tudo. É tão triste ver a sociedade agindo desta forma.

      Que maravilha esse seu Tio hein?! Quero ser assim para meus sobrinhos e meu irmão menor: Um porto seguro, uma esperança, a luz no fim do túnel.

      Quando decidi contar para minha Mãe, já tinha todo um plano arquitetado para ir embora para SP. É um grande sonho. Realizaria na marra.

      Obrigado por se confessar conosco meu lindo♥

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  11. Amei o video me ajudou d+ me deu uma boa ideia de como fazer qdo chegar a hora de dizer sobre mim p/ minha familia, obrigado.

    Meus avós maternos moram c/ a gente, eles são os + rigidos c/ homossexualidade, meus pais não parecem assim intolerantes, meus irmãos acho que aceitariam.

    Sou + velho e sempre procurei ser um irmão legal, isso deve ganhar pontos p/ eles aceitarem que sou gay. ^^

    Por ser o primogenito, não sei o qto isso pode pesar contra pros meus pais aceitarem o meu verdadeiro eu.

    Vou sair do armário, quero mesmo sair, só ainda não sei qdo será o dia, dá um medo, dá um aperto nos nervos.

    Preciso assumir algum dia, tenho quase 18, já me custou muito parar de lutar comigo mesmo, levei uns 4 anos p/ aceitar q sou gay, agora tô solteiro + já me forcei a ser hétero, aos 14 comecei a namorar c/ meninas, me forçava p/ gostar, bancar o hétero p/ ninguém suspeitar, foi uma grande idiotice fazer isso.

    Não sei qto tempo vai levar, ainda preciso juntar + coragem, melhor preparação, planejar como contar mas é certo q vou contar em algum momento, não dá + p/ continuar minha vida nessa encenação e fuga de mim mesmo.

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    1. Ai querido.

      Vontade de estar aí e te dar um abraço. Calma, vai dar tudo certo. Junte toda confiança que há no seu coração e se jogue sem medo de ser feliz.

      Como você disse, levou 4 longos anos para você se aceitar, então, não espere que eles te aceitem de uma hora para a outra... Só de tempo a eles. Vai dar tudo certo♥

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  12. Ai Gu esse video foi tudo de bom!
    Me falta coragem mas espero em breve sair do armário, acho que aos poucos vou bolando um plano com ajuda do video.
    Coragem é preciso, tenho muito receio, muito medo, será vai dar tudo certo? Será que vão entender e me aceitar como sou de verdade?
    Ficar no armário é um refúgio seguro mas também é uma farsa, uma mentira pra mim mesmo, eu não sou eu, dá um nó na cabeça.
    Apesar de tudo, pretendo contar, pretendo sair quando chegar a hora, espero que dê certo, espero ter uma história feliz pra contar.

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    1. Se ajuda em algo...

      Quando eu decidi por fim contar a minha Mãe, a única pessoa que verdadeiramente importa na minha vida, eu só pensava o seguinte: -Eu não quero morrer sem que minha Mãe saiba por quem ela lutou, Mãe solteira, passando por todas as adversidades, saiba verdadeiramente quem sou.

      Me pareceu justo contar. Passei 26/27 anos me escondendo da sociedade e de mim mesmo. Depois que me aceitei, foi fácil ser natural e fazer o mundo me aceitar também.

      Boa sorte meu anjo. Grande abraço!

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  13. Alguns relatos foram pesados e mostram o quanto eu sou muito sortudo na minha vida

    Gostei bastante do video, vai ajudar muita gente, são boas dicas

    Quando me abri, foi uma situação estranha mas não fui agredido e não fui ameaçado, eles me evitaram bastante depois mas só precisaram de tempo, o tempo de cada um

    Minha mãe levou 1 semana pra absorver, parou de me evitar, veio conversar e me apoiar

    Meu irmão foram umas 3 semanas pra parar de fugir de mim, agir com indiferença, até que ele me procurou, papeamos um pouco, fez perguntas e por fim me abraçou dizendo ok sem problema o irmão dele ser gay

    Já meu pai, quase 2 meses de gelo e fugas, eu chego ele sai, eu falo ele se cala, mas finalmente uma hora ele processou do jeito dele, veio falar comigo e nos entendemos

    Sou um cara sortudo, me aceitaram, sem brigas, sem gritos, sem ameaças, sem agressões, deveria ser assim pra todos mas sabemos que infelizmente a realidade é muito dura pra maioria

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    1. Alguns de nós, fomos bens acolhidos por isso que chamamos de sorte. Fico imaginando, levamos anos para nos assumirmos e nos aceitarmos para nós mesmos, então, por que nossos familiares devem aceitar do dia para a noite. Temos sim de esperar o tempo de cada um.

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  14. Ótimo video, não tive tais dicas qdo saí mas qdo surgir uma oportunidade de ajudar alguém nesse mesmo dilema q já passei, estou melhor preparado.

    Apoio seu pensamento, realmente levamos muito tempo pra nos entendermos e nos aceitarmos, alguns de nossos irmãos passam a vida toda sem se aceitar totalmente, não podemos ter essa ilusão obrigatória de q todos devem aceitar imediatamente qdo contamos.

    Lá em casa foi tenso, na dúvida se seria aceito, também só saí qdo já tava empregado e com alguma reserva pra me sustentar.

    Houve gritos, discussões, ficou no quase mas não fui agredido, no calor do momento rolou ameaças de expulsão e tal mas ficou nisso, o tempo foi passando, após alguns meses a paz reinou, começou haver respeito e início da aceitação da minha condição.

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    1. Exato. Como exigir dos outros, algo que demoramos tanto pra alcançar. Claro, nada justifica agressões, expulsão, humilhação moral... Mas ser realista, é a melhor opção.

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  15. Amei o video, torço pra que muita gente veja e seja ajudada.

    Em casa foi tensão total quando falei que sou gay, minha família é meio estranha desde que nasci pois mamãe sofreu da chamada depressão pós-parto e isso juntou com outras neuras que ela já devia ter e mesmo com tratamento todos falam que ela nunca voltou ao 100% que era.

    Minha relação com mamãe por conta de tudo isso nunca foi legal, uma convivência meio distante, altos e baixos, sempre foi tensa nossa convivência emotiva.

    Hoje me pergunto se no fundo papai não me culpa de alguma forma mas apesar dessa dúvida nós tivemos uma relação próxima, fazíamos muitas coisas juntos, havia amizade real entre nós, por isso achava que podia contar pra ele sobre mim.

    Eu não esperava a reação tempestiva dele, depois que contei ele me deu uma baita de uma senhora porrada na boca, eu não tava preparado pra isso, caí do sofá e ainda no chão ele me deu chutes e socos enquanto me xingava muito.

    Nos dias seguintes foram só ameaças de me chutar pra fora de casa se eu não virasse homem macho, se ouvisse falar ou se me visse fazendo viadagem ia me cobrir de porrada e me expulsar.

    Foram meses nesse clima de terror e gelo total, parecíamos estranhos na mesma casa, meu pai não falava mais comigo, só abria a boca pra cobrar e ameaçar e mamãe seguia na dela, aquela estranha indiferença dela que me habituei a conviver enquanto eu crescia.

    Passados mais alguns meses mamãe naquela indiferença dela ao menos demonstrava não se sentir desconfortável pelo único filho ser gay e meu pai também foi se acalmando nesse tempo que passou, foi saindo da defensiva, foi se desarmando e um dia me chamou pra conversar.

    Papai me fez um monte de perguntas, algumas bem invasivas mas procurei responder tudo da forma mais transparente, sincera, harmônica, pacificadora que consegui, ele foi embora dizendo que mais tarde falaria comigo.

    Horas depois ele voltou a me procurar e disse que não consegue entender e talvez nunca entenda sobre eu ser homossexual e por isso ele também não vai conseguir aceitar que o único filho dele seja homossexual mas que vai respeitar que eu seja gay e tentemos seguir em frente assim sem novas brigas.

    Papai nunca me pediu desculpas por aqueles socos e chutes mas eu o perdoei já que no futuro só queremos ter paz e alguma relação familiar.

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    1. Meu Deus. Realmente muito complexo o seu contexto familiar. Fiquei triste com o seu relato. A Depressão pós parto, é um tema urgente, negligenciado pela OMS. Lamentável.

      Esse lance de perdoar é complexo. Antes, tente apenas não remoer este sentimento. A nossa família é a base, e quando ela é desestruturada, é complicado demais manter uma personalidade saudável e otimista.

      Continue firme! Quem sabe algum dia, possa olhar isso tudo com uma distância maior, em seu próprio ninho. Se desvincular do passado é doloroso, mas um osso que se parte e se cura, se torna ais resistente que aqueles que nunca se partiram. Fique bem.

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  16. Video muito bom, colocações bem legais

    Estou fora, consegui sair mas passei dos 12 aos 27 lá dentro, sei que na real sou gay desde sempre mas foi aos 12 que me dei conta, que realmente me toquei

    Por 15 anos vivi em constantes conflitos com minha sexualidade, o medo de que me descobrissem, a angústia se seria aceito por aqueles que fazem parte da minha vida, noites em claro, pensamentos longe, até suicídio passou pela cabeça

    Não foi uma saída espontânea, quando saí estava longe de casa estudando e trabalhando em outro estado, por meio das minhas redes sociais, minhas fotos, fotos dos amigos, locais que frequentava, conteúdos das mensagens trocadas, tudo isso levantou suspeitas de parentes que logo fizeram minha família me cobrar, me perguntar, já estava seguro sobre mim e aproveitei o momento pra chutar toda verdade pra cima deles, sou gay sim e daí

    Ficou um clima muito estranho, minha irmã e meus pais parece um empate, não aceitaram ainda, não processaram direito, mas também não estão me rejeitando, não estão sendo agressivos comigo, meu irmão após um tempo entendeu e parece que estamos bem de novo

    Os parentes, especial os fofoqueiros não estou nem aí pro que acham, já bani, dei block, ignorei um monte que fica de mimimimi

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    1. É este empoderamento que devemos ter. Somo gays sim, foda-se, não somos aberrações, não somos diferentes de ninguém. Maravilhoso seu depoimento e infelizmente, por vezes, é necessário chutar o pau da barraca.

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  17. Não sai do armário pros meus pais, só não contei pra eles, não senti necessidade pelos rumos da minha vida.

    Sou gay assumido no trabalho, pros amigos, pro voluntariado que faço, na universidade também era assumido, mas pros meus pais nunca contei.

    Minha família é do interior de um estado pequeno enquanto vivo na capital de um estado grande, sai de casa assim que terminei o antigo 2º grau, consegui passar no vestibular pra uma universidade em outro estado, comecei a trabalhar meio período no comércio perto do campus, acabei por não voltar mais pra casa.

    Visito minha família várias vezes ao ano mas como não vivemos mais juntos diariamente então parece que perdeu o sentido sair do armário, não sinto necessidade de falar.

    Nessa altura das nossas vidas não vale o risco do stress pra processar ter um filho gay, eles são interioranos de outra época, não entenderiam sobre um filho gay que não nunca trará netos, pra quê fazer eles passarem por um processo desses após tanto tempo vivendo fora do teto deles.

    Poderia ser legal, ser sincero, ser transparente eles saberem de verdade sobre mim, sim poderia ser legal eles saberem e me aceitarem, mas também é preciso ser realista, ter bom senso de entender que é uma situação já estabelecida e um risco que é melhor deixar quieto.

    Gostei do video, bom conteúdo, poderei ajudar quando alguém precisar.

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    1. Realmente, já que está confortável com a situação, por que jogar tudo no ventilador. E provavelmente eles já saibam. Os boatos são velozes.

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  18. Oi querido Gu, belezinha contigo?

    Felizmente tô livre, tô fora do closet há 3 anos

    Após ver tantos depoimentos pensei bastante, também quero deixar um relato no seu blog, é um lugarzinho da net que tenho carinho e me sinto bem

    Vamos lá, aos olhos da perfeição minha família é considerada desestruturada mas não era assim, no começo éramos em 4, meu pai, minha mãe, eu e meu maninho

    Meu pai era taxista, infelizmente ele foi tirado de nós num assalto ao táxi, eu tinha 7, meu maninho só 1, nossa mãe teve forças, procurou trampo, foi à luta por nós

    Pelo aperto das contas e pela ajuda que mamãe precisava nós 3 fomos morar com nossa avó materna, tudo foi caminhando apesar das dificuldades

    Mamãe guerreira trabalhou muito e se descuidou da saúde, um câncer de mama foi tardiamente diagnosticado, sem grana pra tratamentos caros e modernos não havia muito a ser feito, nada deu certo, essa terrível doença venceu levando mamãe de nós, eu tinha 14 e meu mano 8

    Nossa avó continuou cuidando da gente, havia aposentadoria dela e uma pensão mínima do meu pai pela previdência social que ele pagou, nossa vovó paterna também começou a nos ajudar financeiramente

    Não era uma vida de luxo mas não passamos necessidade, era uma vida simples com tudo contado mas era tranquilo e assim fomos indo em frente

    Nossa avó nos amou, cuidou da gente, era amiga, era próxima, eu realmente sentia que podia confiar nela e abrir meu segredo, quando tinha 17 anos me assumi pra ela

    Reação dela foi de me rejeitar, brigou comigo, não aceitou de modo algum, era errado, coisa do diabo, contra natureza, indecente, ela não aceitou e começou a me controlar demais, marcação cerrada sobre tudo da minha vida, seguimos assim nesse regime de total controle até o meu niver de 18

    No dia que fiz 18 nossa avó chegou pra mim e perguntou se eu ia continuar nessa história de homossexualismo de ser bicha ou se ia virar um homem direito um homem de família que ia ter uma esposa e filhos

    Óbvio que não havia acordo nesses termos dela e como eu já tinha 18 ela intimou que então ou eu virava um homem de verdade nos termos dela ou era rua

    ....

    ResponderExcluir
  19. ....

    Nossa vovó paterna vive meio longe mas somente ela poderia me socorrer, liguei pra ela, falei que tinha dado um rolo, precisava da ajuda dela, eu precisava me mudar, vovó óbvio exigiu boas explicações, chorei e implorei que ela me ajudasse sem mais perguntas, prometi que explicaria tudo mas só quando estivesse com ela, vovó percebendo a gravidade teve bom coração e cedeu

    Juntei algumas coisas, tudo que precisaria, tudo que consegui botar em 2 mochilas, tentei conversar com meu mano, tentei explicar brevemente sem citar minha sexualidade mas o coitado com 11 anos parecia continuar sem entender que briga foi essa pra eu ter que ir embora, o abracei forte dizendo que voltava logo

    Por respeito e gratidão insisti em conversar com minha avó antes de ir mas ela só piorou ainda mais o clima me evitando repetindo o discurso homofóbico, o jeito foi eu partir dessa forma

    Fui pra rodoviária, gastei quase tudo na passagem, embarquei no ônibus, 2 horas depois estava com nossa vovó paterna explicando tudo e sendo confortado, ela disse não compreender bem essas questões modernas da tal diversidade sexual mas que vai saber respeitar e que eu poderia ficar com ela

    Por questão de conforto pra gerar menos traumas, todos os 3, eu e minhas avós, concordamos que meu irmão continuasse com nossa avó materna, mantendo assim sua atual vida escolar, seus colegas e seus amigos intactos e que eu poderia o visitar sem problemas

    Esse ano meu mano e eu tivemos uma conversa sobre minha orientação sexual e o desentendimento que houve com nossa avó materna, ele tá com 14 e agora consegue compreender e absorver melhor o que ocorreu, ao final ficou claro que ele entendeu e aceitou, me abraçou gostoso, disse que tudo bem sobre mim, até brincou que não haveria problema ele nunca ser chamado de titio mas que eu tenho obrigação de ser um tio bem legal

    Vivemos separados, somos enquadrados como uma família desestruturada, mas nos vemos e conversamos com frequência, há uma forte ligação e amor apesar de tudo que deu errado

    Hoje tenho 20, tô bem morando com nossa vovó paterna, tô trabalhando, já matriculado na faculdade que começarei no próximo ano, ainda não é namoro mas tô saindo com um carinha sangue bom que me faz tão bem, acho que vai virar namoro

    Sei que parece bobagem, neura sem sentido, mas me pego por vezes pensando como teria sido tudo se nós 4 ainda estivéssemos juntos em família, se meus pais me aceitariam, se meus pais teriam orgulho de mim, se eu saberia demonstrar gratidão, papai ficava longas jornadas naquele táxi pra não faltar nada, mamãe engoliu o luto e trabalhou tanto até o fim, espero conseguir ser uma boa pessoa e deixar feliz meus pais, minhas avós, e guiar bem o meu irmãozinho

    Ok, já chega por aqui, esse é o meu depoimento tentando resumir

    Até mais Gu, um abraço!

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  20. Olá meu querido, que surpresa maravilhosa este seu texto. Fico grato e feliz que goste deste nosso cantinho♥Muito obrigado viu.

    Eu nunca contei pra minha Vó, mas como basicamente todos da minha família sabem, creio que ela também já saiba.

    Olha, eu me emocionei com sua história e força. Caramba, e a gente acha que passa por dificuldades na vida. Me impressiona pessoas fortes, queria ser assim também. Como um suicida em potencial, sempre acho que o meu pulso é a saída pra tudo que acredito não suportar.

    Fique bem meu guerreiro. Precisamos de mais pessoas incríveis como você. Beijos♥

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  21. Nossa Gu, alguns depoimentos foram muito intensos, fiquei muito mexido de verdade, segurei o choro em algumas passagens

    Do video curti bastante, conselhos muito bons, há 2 anos atrás um video desse teria me ajudado muito

    Falar do filme Orações pra Bobby é covardia demais pra cima de mim, só de lembrar já seguro o choro, esse filme além de ser emoção pura mexe muito comigo por me identificar com a história

    Minha família é evangélica, muito mesmo, após fofocas e suspeitas acabei por assumir ser gay mesmo correndo risco da religião fazer minha família me rejeitar

    Assim foi, minha família não me aceitou, fazem de tudo pra me converter em um homem de bem, brigaram bastante e me bateram um pouco mas não fui expulso de casa, passado umas semanas minha família ficou naquela de achar que é uma fase minha que vai passar com muita reza, algum tipo de cura gay

    Minha situação é difícil, são 2 anos de total controle deles sobre minha rotina mas não é nada perto dos depoimentos pesados que acabei de ler aqui

    Estudo no centro mas moro no extremo oposto, teria que pegar 2 conduções então ida e volta seriam 4, pra conseguir poupar uma grana caminho bastante no meu trajeto assim poupo 1 condução, ida e volta poupo 2, no fim do mês dá uma boa sobra, que consigo guardar pro meu fundo pra morar sozinho

    Ao longo do trajeto que faço caminhando passo por 2 pontes, 1 da linha férrea e 1 de rodovia, daí que vem outra identificação do Bobby, além da forte religião da família, encarar também pontes como rota de fuga

    Confesso, já pensei em pular dessas pontes, já fiquei parado no meio delas com o olhar perdido pra baixo, mas passou, não pulei e não cogito mais pular, não é a solução

    Solução é arrumar um trampo pra conseguir sair de casa, é esse o foco da minha vida, conseguir independência pra conseguir ser livre

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    1. Eu não pretendo rever "Orações pra Bobby" nem tão cedo. Quase desidratei com o longa. Que sofrimento viu! Sim, alguns depoimentos aqui me emocionaram demais, foi como se ouvisse vocês falando♥

      Exatamente querido, pular da ponte não resolve nada mesmo. Imagina que final lindo o Bobby não poderia ter tido. Desistir jamais, só se for de gente estúpida e ignorante.

      Caramba, que caminhada. Bom, mas se é pra poupar. Espero de verdade que consiga seu objetivo querido. Quem escreve seu destino é só você, mas ninguém.

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    2. É uma boa caminhada mas é necessária e também ajuda pra mexer o corpo e oxigenar a mente

      Essa caminhada poupa 2 conduções, no fim do mês são $150 que consigo guardar pra minha reserva, em mais de 1 ano esse pouco todo mês dá um valor legal

      Enquanto não consigo um trampo, essa foi a única forma de conseguir guardar algum e começar esse meu fundo pra me ajudar no projeto de morar sozinho

      Muito obrigado pela torcida, também tenho esperanças que dará certo, como dizem, dias melhores virão

      A torcida é recíproca, que você também seja feliz nos seus planos de morar sozinho!

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  22. Demorei pra escrever, semanas pensando, o post, o video, os relatos, tudo mexeu demais em mim. Recebi apoio e decidi teclar pois posso anonimamente, Gu querido desculpa se ficar grande.

    "Deus não gosta de bichas, eu também não gosto, se vc insisti em dizer que é bicha, não pode continuar nessa casa." Foi isso que ouvi da minha mãe quando me assumi pra ela quando tinha 15 anos, hoje 17.

    Sou caçula temporão, todos são bem mais velhos, quando nasci meu irmão mais velho tinha 16, meus pais se separaram quando eu tinha só 2 anos e nunca soube o motivo.

    Meu irmão mais velho se matou pouco mais de 1 ano do meu nascimento, meus pais se separaram 1 ano depois da morte dele, sempre foi tabu na família, meus pais, meu irmão e minhas 2 irmãs nunca falaram comigo o motivo do suicídio e do divórcio.

    Era uma tarde de feriado quando assumi, então mamãe me botou pra fora, tive medo de procurar meu pai mas fui até ele, fiquei petrificado de medo se contava pra ele mas insistiu que eu podia confiar nele.

    Contei me assumi pro meu pai, estranhamente ele riu e logo depois chorou e me abraçou forte dizendo que tudo bem, me amava, eu podia morar com ele, também chorei.

    Mais tarde ele falou comigo, era hora de saber o segredo da família, quando nasci a família estava tão feliz que meu irmão mais velho pensou que era o momento ideal pra dizer que era gay, por não ter tido boa aceitação da família, da nossa mãe principalmente, as brigas e o clima ruim ao longo do ano o sufocou e o agrediu tanto que ele desistiu de viver, o divórcio foi consequência de todo desgaste e degradação na relação familiar após uma perda dessas.

    Papai segurava demais o choro enquanto me contava e ao final me deu um longo abraço dizendo que não vai falhar de novo, que me aceita, que me ama, que se minha mãe insisti em errar agora vai errar sozinha, ele não será mais omisso, posso contar com ele.

    "Prayers for Bobby" acaba comigo por além da história ser muito forte lembra muito o que se passou na minha família, ainda verei um jeito de fazer mamãe ver esse filme, papai diz que embora seja impossível mudar aquela cabeça dela nunca é tarde pra tentar e me desejou sorte.

    Não conheci meu irmão mais velho mas penso nele, olho pra foto dele, desejo que ele esteja bem e que possa perdoar nossa família.

    Há 2 anos que vivo com meu pai e tá tudo bem, consigo me sentir feliz, posso ser eu mesmo sem medo, meu pai me ama e me apoia.

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    1. Gente, vocês me matam do coração qualquer hora dessas. Que história, gato. Estou atônito aqui. Fico grato ao universo por seu Pai consegui se redimir de um passado tão triste. É lamentável quando os papeis se invertem e a Mãe consegui ser mais dura que o Pai, mas de fato, acontece com frequência afinal.

      Eu espero que a sua Mãe não repita os erros do passado e que o seu irmão, de onde quer que ele esteja, consiga tocar uma vez mais o coração duro dela. Seu pai é admirável. Valorize, são raros.

      Fique bem querido. Tudo vai se encaixar e terminar bem. Confie. Beijos♥

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